Esgotados e frustrados. É o retrato dos professores nas escolas portuguesas, segundo um estudo da Universidade Nova de Lisboa.
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Três em cada quatro professores mostram-se exaustos, sendo que 47,8% do total de docentes revela mesmo sinais "preocupantes" de exaustão. As conclusões são de um estudo encomendado pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) à Universidade Nova de Lisboa, que analisou cerca de 16 mil professores.
"Só 25% dos professores não tem sinais de exaustão emocional", revelou, em declarações à TSF, Raquel Varela, autora do estudo, que é"um dos maiores realizados a nível mundial" sobre esta temática.
Os investigadores indicam que, entre os docentes com sinais "preocupantes" de exaustão, em 11,6% dos casos há sinais "extremos" de esgotamento.
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O estudo analisou também a relação entre a idades dos professores e o cansaço emocional, constatando que os níveis de exaustão são especialmente elevados nos docentes com mais de 55 anos - que representam quase 40% dos professores ao serviço.
As queixas sobre as carreiras também entram nas contas: 42,5% dos docentes não se sentem realizados profissionalmente, queixando-se de baixos salários, burocracia na escola, hierarquias e indisciplina dos alunos, expressando também o desejo de reforma antecipada.
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"Estávamos à espera de resultados negativos, mas não com esta dimensão", admitiu Raquel Varela, salientando o "estado crítico das condições de trabalho e, consequentemente, de vida dos docentes".
"Nenhum Governo pode, a partir de agora, ignorar estes dados. Os indicadores são tremendos, são avassaladores", declarou.