Em Portugal, nascem todos os anos nove mil bebés prematuros e a taxa de sobrevivência tem vindo a aumentar, mas as infeções hospitalares são um problema. Hoje é o Dia Mundial da Prematuridade.
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A presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia, Joana Saldanha, revela que as taxas de sobrevivência dos prematuros em Portugal estão a par da média europeia, mas o país regista "mais infeções associadas aos cuidados de saúde"
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"É quase impossível que um bebé que nasça com menos de 1500 gramas não tenha, pelo menos, uma sépsis grave durante o internamento", afirma Joana Saldanha, que lembra que em causa estão prematuros, "que têm as imunidades mais reduzidas do que uma criança de termo".
Para a presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia, este problema existe devido a duas questões: o tamanho das unidades de neonatologia e o rácio entre doente e enfermeiro.
"Se nós estivéssemos a seguir as normas das distâncias entre incubadoras, a grande maioria das unidades deste país fechava, sobretudo as mais velhas, que não têm espaço entre as incubadoras, e é muito mais fácil haver infeções", assegura Joana Saldanha. A presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia defende que o rácio deveria ser de um enfermeiro por cada doente.
Além disso, Joana Saldanha revela que "em situações de urgência, às vezes não há o tempo para fazer a desinfeção das mãos, para mudar as batas, para se fazer como seria o ideal".
A presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia e médica no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, defende, no entanto, que à exceção da questão das infeções hospitalares, em Portugal não há razões de queixa sobre os meios disponíveis para tratar os prematuros e que os resultados são motivo de orgulho.
Quantas mais semanas de gestação, maior a possibilidade de sobrevivência dos prematuros. Em Portugal, atualmente os bebés que nascem às 25 semanas têm uma taxa de sobrevivência de 50% - facto que há 20 anos seria impensável.