Dois sindicatos de enfermeiros marcaram uma greve que terá início a 8 de novembro e só terminará a 31 de dezembro.
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É uma paralisação de quase dois meses que abrange os blocos operatórios dos três maiores hospitais portugueses: Santa Maria, em Lisboa, São João, no Porto, e o centro hospitalar universitário de Coimbra.
Lúcia Leite, dirigente do Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE), um dos sindicatos de enfermeiros que avançou com o pré-aviso de greve admite que dois meses de greve é muito tempo, mas afirma que todos os outros caminhos estão esgotados.
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A iniciativa para uma paralisação prolongada nasceu de um grupo de enfermeiros que lançou uma campanha de angariação de fundos online para apoiar financeiramente aqueles que quiserem parar durante os quase dois meses. O crowdfunding já garantiu mais de 125 mil euros.
No entanto, e para que uma greve cirúrgica avance, seria sempre necessária a convocação por parte de um sindicato. Por enquanto são duas as estruturas sindicais que se juntam ao protesto: o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e a Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE).
Lúcia Leite, da ASPE, diz que nem a mudança de ministra da saúde vai fazer adiar esta greve. A sindicalista admite que "evidentemente que ela apanha com este processo já em curso, mas também não vamos aceitar que essa mudança de ministro ponha em causa todo o tempo que decorreu e seja mais um entrave para as negociações" relativas à carreira dos enfermeiros.
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Com esta greve os enfermeiros acreditam que serão "canceladas e adiadas muitas cirurgias, causando constrangimentos económicos ao Estado". A luta é por uma "carreira digna", que há "mais de 13 anos" que não progride.