Especialistas europeus em Albufeira para estudar e salvar 80 espécies de mamíferos marinhos
O Congresso da Associação Europeia de Mamíferos Aquáticos (EAAM) reúne 140 especialistas de vários países.
Corpo do artigo
Ainda é possível salvar espécies que estão em perigo? Esta é uma das questões que estará em cima da mesa no congresso que reúne veterinários, biólogos marinhos, conservadores, tratadores, diretores de zoos aquáticos. Os especialistas vão debruçar-se sobre a conservação de baleias e golfinhos, focas e leões-marinhos, manatins, lontras e ursos polares.
Élio Vicente, diretor do Porto de abrigo do Zoomarine, a entidade que acolhe o encontro, lembra que há espécies de mamíferos marinhos que estão a desaparecer em pleno século XXI.
"Temos que ter a noção que muitas destas espécies já não têm salvação", lamenta o biólogo marinho. Élio Vicente dá o exemplo de uma espécie, um pequeno boto, uma categoria de golfinho que existe no golfo da Califórnia e que não tem mais de 30 exemplares. "Esta espécie pode desaparecer este ano", garante.
TSF\audio\2019\03\noticias\04\maria_augusta_casaca_congresso_associacao_europeia_mamiferos_aquaticos
Uma consequência de existir no mesmo local um peixe muito apetecido pelo mercado asiático que pode ser vendido a 40 mil dólares o quilo. Nas mesmas redes onde é capturado o peixe são apanhados também estes golfinhos. No entanto, também há trabalhos de conservação positivos, por exemplo o que foi feito com a foca monge que existe no arquipélago da Madeira e que se tornou um caso de sucesso.
As alterações climáticas e a forma como é tratado o meio ambiente pelo ser humano está a criar mudanças significativas e mesmo a extinção de algumas espécies de mamíferos marinhos. Élio Vicente lembra que a maior parte das pessoas gosta de golfinhos, de baleias ou focas e deixa a questão: "Se nós humanos não conseguimos tomar medidas eficazes para proteger as espécies que amamos, como será com as que não amamos?"