Indústria portuguesa do medicamento fez contas às vantagens de investir em medicamentos inovadores.
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A esperança média de vida de quem tem VIH em Portugal já chega aos 80 anos, praticamente o mesmo (menos um ano de vida) de quem não tem a doença.
Este é um dos números a que chegou um estudo que será apresentado esta terça-feira no congresso da Apifarma, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, que tentou avaliar o "valor dos medicamentos em Portugal".
O trabalho avaliou várias doenças e só na área da Sida concluiu que a introdução de terapias inovadoras permitiu evitar 22 mil mortes entre 1996 e 2015, não apenas transformando o VIH numa doença crónica como aumentando muito a esperança de vida - que andava próxima dos 65 anos, no final da década de 1990, e está agora nos 80 anos.
No cancro colorretal, outro exemplo, as vidas poupadas com medicamentos inovadores, de 1990 a 2016, rondam as 28 mil.
Quanto ao impacto económico, a produção de medicamentos vale diretamente 2,3% da riqueza produzida em Portugal (medida através do PIB).
Por outro lado, das oito doenças avaliadas neste estudo (VIH/Sida, esquizofrenia, artrite reumatoide, diabetes, cancro do pulmão, insuficiência cardíaca crónica, cancro colorretal e doença pulmonar obstrutiva crónica), os novos medicamentos permitiram poupar cerca de 560 milhões de euros por ano em custos como hospitalizações ou consultas.
Para as famílias portuguesas, segundo o estudo promovido pela indústria farmacêutica, os medicamentos inovadores nestas oito doenças permitiram que milhares de pessoas continuassem a trabalhar, num rendimento anual extra total próximo dos 280 milhões de euros em resultado do aumento da produtividade.