No Porto, o ex-vice-Presidente dos Estados Unidos diz que estamos perante "uma emergência global."
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Al Gore veio a Portugal em nome do ambiente , mas não resistiu a comentar a política. A meio da intervenção - quando falava sobre a crise dos refugiados na Europa - o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e Prémio Nobel não resistiu e criticou os decisores britânicos. Chamou-lhes "cobardes" por não permitirem um segundo referendo do Brexit.
De seguida e falando em Donald Trump, Al Gore diz que o atual inquilino da Casa Branca é "louco" e instável. A plateia respondeu com aplausos e o ex-governante retomou o tema que o trouxe ao Porto: as alterações climáticas.
Na conferência da Climate Change Leadership, que decorreu esta quinta-feira no edifício da Alfândega, com cerca de mil pessoas à sua frente, apresentou-se como ativista do clima e começou logo com um alerta."Nós quadruplicámos a população humana em menos de 100 anos e isso até pode não ser uma cosia muito má, mas quando passa a haver quatro vezes mais pessoas na Terra, equipadas com tecnologias que são milhares de vezes mais poderosas do que no tempo dos nossos avós... Isso altera de forma drástica a relação entre a espécie humana e o sistema ecológico da Terra."
Depois de Barack Obama no ano passado, Al Gore foi o convidado especial da cimeira internacional do clima, este ano dedicada à indústria do vinho, com muitos empresários a escutá-lo. Falando sobre o setor em geral, e da região em particular, o ativista elogiou os negócios que escapam à lógica das grandes empresas.
"Uma das coisas que tenho notado é que as empresas familiares, muitas vezes, têm uma perspetiva a longo prazo. Talvez seja essa a razão pela qual estas empresas estão mais sensíveis e levam em conta as questões da sustentabilidade."
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Seguiu-se uma hora de palestra na qual Al Gore desfilou as preocupações e os alertas que tem manifestado há vários anos, desde que abandonou a política e chamou a atenção para os impactos do aquecimento global. Pelo meio deixou elogios a Portugal por apostar em energias renováveis, dando alguns exemplos de projetos nacionais.
Portugal é um destino que o prémio Nobel da Paz diz já ter visitado muitas vezes - pelo menos quinze - mas o Porto foi uma estreia que, garante, vale a pena repetir.