Apesar da Declaração de Impacto Ambiental favorável, o Metro de Lisboa vai ter de cumprir mais de 80 medidas de minimização de danos. Freguesia da Estrela, Ordem dos Engenheiros e utentes criticam obras.
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A Declaração de Impacto Ambiental (DIA) apresentada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à expansão do Metro de Lisboa foi favorável mas extremamente condicionada. No documento a que a TSF teve acesso, são expressas as muitas condicionantes que o Metro vai ter de contornar para que a ligação do Rato ao Cais do Sodré possa avançar.
Em causa estão 80 medidas de minimização, quase 30 medidas de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução e vários planos de controlo do solo, qualidade do ar, ruído, vibrações, recursos hídricos, património e paisagem, durante a obra e depois de concluído o projeto.
De acordo com a DIA, a consulta pública do projeto decorreu entre julho e agosto e teve 197 participações, a maioria de entidades e cidadãos preocupados com o impacto negativo da obra.
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A Junta de Freguesia da Estrela, por exemplo, antecipa problemas no comércio e na circulação rodoviária e lamenta que a ligação a Alcântara não tenha sido estudada.
A Ordem dos Engenheiros vai pelo mesmo caminho e lembra que a estratégia do Metro dava prioridade a Alcântara para resolver os problemas de mobilidade na capital.
Também a Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa diz que a ligação é uma opção errada que vai degradar a circulação na cidade.
Quanto ao Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) tem sérias duvidas sobre o projeto e não lhe agrada ter um poço de ventilação a paredes-meias nem o metro debaixo do edifício.
Também a Parque Escolar, proprietária de duas escolas que vão ser afetadas, diz que é preciso acautelar problemas como o ruído e a qualidade do ar e que é inaceitável que os alunos tenham aulas em contentores durante quatro anos.
Apesar das críticas e reservas, a APA emitiu uma DIA favorável por considerar que maioria dos impactos negativos pode ser resolvida ou minimizada.
Com estas obras, obtém-se uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais - linha Amarela (Odivelas a Telheiras), linha Azul (Reboleira - Santa Apolónia) e linha Vermelha (S. Sebastião - Aeroporto).
A expansão representa um "investimento de 210,2 milhões de euros, devendo as obras arrancar até ao final do primeiro semestre de 2019", com um prazo de execução previsto de 68 meses (até 2023), segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2019.