O serviço de interrupção voluntária da gravidez do hospital faz entre 450 a 500 interrupções por ano. Encerrou ao fim de dez anos.
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O hospital de Santa Maria fechou a consulta de interrupção voluntária da gravidez por causa da falta de enfermeiros especialistas. Centenas de enfermeiros estão a trocar o hospital por centros de saúde. Vão ocupar as quase 800 vagas de um concurso para as administrações regionais de saúde que abriu em 2015 mas só agora ficou concluído.
Esta rotação vai afetar internamentos, urgências de especialidades e consultas em alguns hospitais. As áreas de ginecologia e obstetrícia são das especialidades mais afetadas.
Por exemplo, o centro hospitalar de Lisboa Norte, que inclui o Santa Maria e o Pulido Valente vai ficar sem 16 enfermeiros destas especialidades, o que está a afetar as consultas de acompanhamento das interrupções voluntárias da gravidez.
Os médicos responsáveis pelo serviço no Santa Maria tentaram impedir o fecho do serviço e disponibilizaram-se a assegurar tarefas antes feitas por enfermeiros especialistas. Sem resposta por parte da direção clínica, a consulta acabou mesmo por fechar, por tempo indeterminado.
A informação, avançada pelo Diário de Notícias acrescenta que as doentes estão a ser encaminhadas para uma clínica privada.
Ana Campos, diretora adjunta da Maternidade Alfredo da Costa considera a decisão "lamentável" e garante que é um mau sinal, sobretudo porque receia que a mesma situação possa acontecer noutros hospitais.
Ana Campos acrescenta que o Santa Maria é um hospital universitário e lamenta que os alunos deixem de poder seguir situações de interrupção voluntária da gravidez.
Já a enfermeira diretora do Hospital de Santa Maria confirmou ao DN que o fecho da unidade se deve à falta de enfermeiros, mas garante que o centro hospitalar de Lisboa está já a fazer recrutamento de especialistas nesta área.
O serviço de interrupção voluntária da gravidez do Santa Maria agora fechado abriu há dez anos, desde a despenalização do aborto por referendo. Efetua entre 450 a 500 interrupções por ano