Faltam centenas de auxiliares nas escolas. Diretores falam em baixas não substituídas
Pais e diretores das escolas públicas dizem que o 1.º Período do ano letivo foi difícil e pedem mais investimento do Governo para resolver o problema.
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A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) diz que a falta de pessoal não docente nas escolas é grave e está a comprometer a qualidade do apoio aos alunos.
Num balanço do 1.º Período do ano letivo, o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, garante que não há um único agrupamento escolar em todo o país que não tenha falta de auxiliares.
"Somos 811 agrupamentos e todos, sem exceção, têm escassez de funcionários e têm pessoas em casa de baixa médica. Portanto eu aponto para algumas centenas [de funcionários em falta]. Era necessário, de facto, dar um passo de gigante ao nível da contratação do pessoal não docente para que este problema que persiste no sistema educativo há muitos anos deixasse de o ser", conta Filinto Lima.
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Funcionários a menos, baixas a mais
A Associação admite que o Ministério da Educação tem feito um esforço para admitir funcionários, mas garante que o trabalho nas escolas está comprometido porque além da falta de funcionários, que persiste, muitos outros estão de baixa médica em casa e não são substituídos.
Filinto Lima pede mais investimento para as aulas do segundo período: "É uma sensibilidade que o nosso Ministro das Finanças devia ter com a educação. É a falha de recursos humanos, de pessoal não docente, de quem lida diariamente com as escolas, de quem apoia os alunos e os professores, de quem presta um serviço inestimável às escolas."
Pais pedem investimento ao Governo
Ouvida pela TSF, também a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) considera que o número de assistentes operacionais é insuficiente. O presidente da CONFAP, Jorge Ascensão, diz que é urgente rever a fórmula que estabelece o número de funcionários por escola, bem como a formação do pessoal não docente.
"Puxa para um lado, destapa do outro. Ora se fecha uma reprografia, ora uma biblioteca que devia estar aberta, muitas vezes estão fechadas porque nessa altura o funcionário está a dar apoio num outro serviço. É preciso fazer um investimento muito sério nessa área, para termos um serviço de qualidade", lembra Jorge Ascensão.