Governo critica "declarações" sobre queda de helicóptero antes do fim do inquérito
Ministro da Administração Interna diz que as conclusões do inquérito à queda do helicóptero são conhecidas nos próximos dias. Admite "preocupação" com falta de informação entre "alguns" bombeiros e Proteção Civil.
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O Ministro da Administração Interna espera que o inquérito técnico urgente que foi aberto na sequência do
acidente com um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica
(INEM), no passado fim de semana, possa estar concluído nos próximos dias. Eduardo Cabrita esteve, esta segunda-feira, na Costa de Caparica, em Almada, na cerimónia de entrega de 124 viaturas à Guarda Nacional Republicana (GNR), e, no final da cerimónia, defendeu que é preciso prudência e aguardar pelas conclusões.
"Nenhuma entidade deve produzir declarações antes da conclusão do inquérito. Se tivesse todas as respostas sobre o cumprimento ou não cumprimento de procedimentos não teria pedido o inquérito. Não faço nenhum comentário e aguardo as conclusões", disse o ministro, depois de a NAV - a empresa que gere a navegação aérea - ter adiantado que os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, Braga e Vila Real "não atenderam" à chamada de busca e salvamento.
Questionado sobre a posição dada a conhecer pela NAV Portugal em relação às tentativas de comunicar com três comandos operacionais distritais, Eduardo Cabrita refere que não teve "nenhuma nota disso, defendendo ainda que apesar do atual clima de tensão entre o Governo, a Liga dos Bombeiros e a Proteção Civil, não está comprovada qualquer falha relacionada com falta de comunicação entre as estruturas no caso do helicóptero que caiu em Valongo.
"De maneira nenhuma, naquela área todos os corpos de bombeiros têm reportado, portanto a preocupação que existe em algumas zonas do país, de que alguns corpos de bombeiros deixam de reportar ocorrências, pondo em causa a segurança dos portugueses, não se passa nessa área", disse o ministro, que aguarda por conclusões nos próximos dias. "Espero tê-lo certamente nos próximos dias", adiantou.
Depois de o MAI ordenar a abertura de um inquérito técnico urgente, o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito para investigar as circunstâncias que levaram à queda do helicóptero. Eduardo Cabrita admite que existem "dúvidas sobre os mecanismos de alerta", mas insiste: "Aguardo as respostas do inquérito".
A queda de um helicóptero do INEM, ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes: dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira. A avaliação preliminar dos destroços indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.