A partir de 2018, só vão ser permitidos 50 visitantes, por dia, ao vulcão adormecido, na ilha do Faial. O objetivo é preservar o património natural.
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O Governo dos Açores anunciou esta terça-feira que vai limitar as subidas diárias ao vulcão dos Capelinhos para preservar o património geológico e garantir a segurança dos visitantes.
"A partir do ano que vem vamos implementar uma portaria em que a subida ao vulcão dos Capelinhos será controlada pelo parque natural, à semelhança do que é no Pico. As pessoas vão ter que subir ao vulcão com visita acompanhada por um guia certificado, como sucede na caldeira do Faial", disse à agência Lusa o diretor do parque natural da ilha, João Melo.
Segundo o responsável, "a capacidade de carga máxima de referência para o percurso é de 50 visitantes diários, podendo ser reduzida ou aumentada até 25%", em função do estado do trilho e das condições meteorológicas.
João Melo explicou que a medida se deve sobretudo à "estratégia de conservação do património, quer natural, quer geológico" da região. "Outra situação é a segurança das pessoas, que estão a subir a um território pouco consolidado, com arribas frágeis que podem facilmente cair e devem ser guiadas para fugir destes perigos", destacou.
No combate à erosão, João Melo apontou também a recuperação da vegetação natural daquela zona, que o parque natural desenvolve. "Na zona mais junto à estrada [que dá acesso ao Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos], a vegetação natural está toda a recuperar e isso, obviamente, vai estabilizar aquelas areias e aquele solo", observou.
A erupção do vulcão dos Capelinhos começou a 27 de setembro de 1957 e terminou a 24 de outubro de 1958.
A acumulação dos 174 milhões de metros cúbicos de material emitido pela erupção acrescentou à ilha do Faial cerca de 2,4 quilómetros quadrados de área, que a erosão reduziu para um quarto em seis décadas.
Atualmente, na Região Autónoma dos Açores já há limites diários de acesso à montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, com 2.351 metros de altitude, ao ilhéu de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, e à Caldeira do Faial.