Chegou ao fim projeto espanhol de mina de urânio junto a Portugal. ZERO "satisfeita"
Projeto previa um investimento de 250 milhões de euros.
Corpo do artigo
O Governo espanhol confirmou esta segunda-feira o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, indicando que a empresa promotora não apresentou a documentação necessária para avançar.
Em causa está uma resposta dada pelo executivo espanhol ao senador Carles Mulet, indicando que "o Ministério para a Transição Ecológica não recebeu nem o estudo de impacto ambiental, nem o arquivo de informações públicas para o início da fase ordinária de avaliação ambiental".
Ao Governo não chegaram, também, os resultados da consulta pública realizada, acrescenta o executivo na resposta, citada pela agência noticiosa Efe.
O projeto "Salamanca", da empresa Barkeley, previa um investimento total de 250 milhões de euros, a criação de 450 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos, estando o começo da produção previsto para 2019.
Ainda no último fim de semana, mais de duas mil pessoas manifestaram-se em Vitigudino, Salamanca, contra o projeto da mina de urânio, segundo a organização.
Esse protesto foi organizado por empresários de pecuária da região e contou com o apoio da plataforma Stop Urânio e de mais 42 câmaras municipais do oeste da província de Salamanca.
Associação ZERO saúda abandono do projeto
À TSF, o presidente da ZERO, Francisco Ferreira, diz que a associação fica "satisfeita" com esta decisão, mas revela que a mesma "já se esperava". Esta era uma mina a céu aberto que reforçaria o "recurso à energia nuclear" e que representaria um "problema grande do ponto de vista do impacto ambiental".
Francisco Ferreira espera que o abandono deste projeto possa alargar-se a outras áreas, nomeadamente no que diz respeito à central de Almaraz, junto ao Tejo, ficando esperançado no seu "fim".
Também a plataforma Stop Urânio reagiu à informação, notando que, apesar do abandono do projeto, esta mina de urânio continua a ser usada como "um chamariz" para a empresa promotora, a Barkeley, criticando a posição dos governos central e regional.