Marta Temido argumenta que "quem não sabe que tem a infeção adopta mais facilmente comportamentos de risco" levando a doença a outras pessoas.
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A Ministra da Saúde está preocupada com o elevado número de doentes com VIH (Virus da Imunodefiência Humana) que são detetados demasiado tarde. Marta Temido fala num problema de saúde pública que merece uma atenção redobrada.
À TSF, no Dia Mundial de Luta Contra a Sida, a governante recorda os resultados positivos revelados pelo último relatório anual conhecido esta semana.
Em 2017 foram diagnosticados 1.068 novos doentes, menos 245 que em 2016, e os casos em consumidores de drogas injetadas atingiram um mínimo histórico (18 o que compara com os cerca de 1.800 que se verificavam na transição do século). Marta Temido admite, no entanto, que há novos desafios, destacando que mais de metade dos novos diagnósticos são feitos tardiamente.
"Um atraso que compromete a evolução da doença no sentido de um diagnóstico mais favorável e controlado, mas que também é um problema de saúde pública pois quem não sabe que tem a infeção adopta mais facilmente comportamentos de risco levando-a a terceiros", explica a ministra.
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Um problema com origem no facto de grande parte dos portugueses nunca terem feito um teste ao VIH, algo que para Marta Temido não faz sentido e deve ser contrariado com campanhas de alerta.
Por outro lado, Marta Temido destaca dois novos desafios na área da Sida: "A forma mais frequente de transmissão nos heterossexuais acontece agora nos indivíduos com mais de 50 anos e por outro lado nota-se que os mais jovens, abaixo dos 29 anos, são onde surgem mais casos de transmissão entre os homens que têm sexo com homens".
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Se no passado existiu uma forte aposta em prevenir o contágio entre quem consumia drogas injectáveis (o programa de troca de seringas está a fazer 25 anos), agora, defende a ministra, é preciso apostar em fazer mais diagnósticos a tempo, mas também alertar de forma mais focada quem está nas duas faixas etárias anteriores.