Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso diz não compreender esta atitude e alerta mesmo que pode ter efeitos provocatórios.
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A greve dos guardas prisionais está a impedir a saída de curta duração das prisões de vários reclusos que procuram ir passar o Natal a casa.
A denúncia é feita pela Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), na voz do secretário-geral Vítor Ilharco, que explica que estas saídas, apesar de aprovadas pelos diretores das cadeias, não estão a consumar-se porque os guardas entendem que a abertura das portas não está incluída nos serviços mínimos.
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"É uma benesse, digamos, dada pelo diretor da cadeia aos reclusos que têm bom comportamento, que merecem, trabalham e que já têm tido saídas condicionais pela mão do juiz. No Natal é sempre concedido um número mais elevado [de saídas], o que aconteceu este ano. Alguns já foram notificados há um mês e preferiram guardar a saída precária até ao Natal, para o poderem gozar com as famílias, que estão todas preparadas para os receber. Às tantas, os guardas prisionais, baseados não sei em que artigo do serviço mínimo decretado pela comissão arbitral, dizem-me que aqueles que iriam pela primeira vez a casa com base na saída de curta duração não podiam sair, os que já tinham ido podem. Isto não tem lógica, é só maldade pura e vontade instigar lutas dentro das cadeias", considera o secretário-geral da APAR.
Este caso já foi apresentado à ministra da Justiça e, na carta enviada à tutela, Vítor Ilharco alerta que as constantes provocações dos guardas prisionais aos reclusos podem vir a causar poblemas gravíssimos nas cadeias.