Caso de violência na GNR não foi o único. Guardas já denunciaram episódios semelhantes
Associação de Profissionais da Guarda admite que já teve conhecimento de vários casos de violência em cursos de bastão extensível frequentados por militares no ativo.
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O episódio das alegadas agressões no 40.º Curso de Formação de Guardas, em Portalegre, é o mais recente e polémico, mas está longe de ser caso único. Quem o diz é César Nogueira, presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG).
Em entrevista à TSF, César Nogueira admite que já recebeu inúmeras denúncias de militares no ativo sobre o tratamento excessivo de instrutores em cursos de bastão extensível: "Nesse curso de bastão há sempre alguns relatos de profissionais que acham que houve excessos, porque há um contacto muito próximo. O guarda tem de estar muito próximo da outra pessoa, é preciso aplicar até alguns conhecimentos de defesa pessoal", diz.
Para usar o bastão extensível, os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) no ativo têm de fazer o curso e conseguir certificação e, tal como no caso dos recrutas de Portalegre, vários guardas já foram parar ao hospital.
"Alguns foram para o hospital com escoriações e nós [APG] alertámos o Comando-geral para essas situações, que foram sanadas", refere César Nogueira.
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Apesar de menos frequentes e mediáticos, estes incidentes obrigaram a GNR a abrir processos internos, por acidente em serviço. As alegadas agressões aos guardas provisórios do 40.º Curso de Formação de Guardas, no Centro de Formação da GNR, aconteceram entre 1 de outubro e 9 de novembro e estão a ser investigadas pelo Ministério Público, Inspeção Geral da Administração Interna e GNR.