A dois dias das eleições que vão escolher o novo bastonário dos advogados, Guilherme Figueiredo apresenta uma candidatura que diz ser contra o status quo.
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Guilherme Figueiredo tem 60 anos e é advogado há 32. Liderou em dois mandatos o conselho regional da Ordem dos Advogados no Porto, onde está estabelecido.
Na Manhã TSF, o candidato diz pretender uma reforma total da Ordem porque, no seu entender, "a instituição não tem existido nos últimos tempos". Defende uma reforma total e pretende criar pontes com todas as outras profissões do judiciário.
Guilherme Figueiredo é da opinião que, no presente, a Ordem limita-se a falar sobre certas coisas, não apresentando pareceres. "É preciso apresentar e influenciar o legislador".
Sobre a profissão em si, o candidato diz que os advogados são respeitados, algo que não acontece com o sistema.
O advogado vê na justiça um bem essencial para o país "que está a ser transformado num bem económico para efeitos de instrumentalização do PIB. Só os cidadãos ricos ou com apoio judiciário podem ir aos tribunais".
Quanto à precariedade dos advogados, Guilherme Figueiredo diz que este é um problema antigo na profissão. "Temos uma massificação de advogados. Advogados que sobrevivem a partir do apoio judiciário e é preciso atuar nessa realidade. É preciso reconhecer a realidade. Dizer que não existem advogados a mais é retórica eleitoral, porque existem, mas não se pode acabar com eles. A Ordem não vai matar advogados nem poderia fazê-lo, como é óbvio".
O candidato considera essencial criar condições para os advogados que existem, como a redução das quotas para os mais novos e discriminações positivas, por exemplo, nas questões de género. Guilherme Figueiredo defende que é também essencial atuar na questão das incompatibilidades.
Além de Guilherme Figueiredo, há ainda outros três candidatos à ordem dos advogados. Jerónimo Martins, Varela de Matos e Elina Fraga, que se recandidata.