Há orangotangos à solta em Lisboa. E não querem que o óleo de palma lhes roube a casa
Lisboa, Roma, Bruxelas, Berlim, Paris e Madrid recebem manifestantes disfarçados de orangotango, em protesto contra a utilização do óleo de palma nos biocombustíveis, destruindo o habitat dos orangotangos.
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Quem passa junto ao Largo Jean Monnet, em Lisboa, dá de caras com grupo de orangotangos peludos, que envergam cartazes. Estão na rua para dizer "não" ao uso de óleo de palma nos depósitos dos carros.
Manifestantes ambientalistas concentraram-se, esta segunda-feira, junto das representações da Comissão Europeia em várias capitais europeias, incluindo Lisboa, para protestar contra o óleo de palma nos biocombustíveis, denunciando os efeitos de desflorestação e impactos em animais como o orangotango.
A destruição das florestas leva ao fim do habitat natural dos orangotangos mas também de outros animais, especialmente na Malásia e na Indonésia, dois grandes produtores de óleo de palma.
O uso de óleo de palma nos veículos automóveis, dizem organizações ambientalistas, está a desflorestar e a drenar turfeiras no sudeste da Ásia, para a plantação do óleo, e na América do Sul as plantações de óleo de palma também está a levar a fortes pressões sobre a floresta amazónica.
Segundo a associação ambientalista portuguesa ZERO, que apoia a iniciativa, o biodiesel a partir do óleo de palma é "três vezes pior para o clima do que o gasóleo fóssil", sendo que em 2018 mais de metade do óleo de palma usado na Europa acabou nos depósitos dos veículos.
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Ainda segundo a organização, em Portugal foram usados 31 milhões de litros entre janeiro e setembro do ano passado, quatro vezes mais do que em todo o ano de 2017.
No "dia europeu de ação contra o biodiesel de óleo de palma", o protesto faz-se também com uma petição europeia contra o óleo de palma, subscrita por mais de 520 mil pessoas que querem que a Comissão retire o apoio ao uso do óleo para a produção de biodiesel.