Enfermeiros concentraram-se com t-shirts e laços pretos junto à entrada do estabelecimento hospitalar.
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Cerca de uma centena de profissionais protestaram esta segunda-feira junto à porta do Hospital de Faro, antes de darem uma volta ao perímetro do edifício, numa manifestação que por momentos entupiu o trânsito.
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Vasco Fernandes foi um dos manifestantes. É enfermeiro no serviço de Medicina e acha que há razões mais do que suficientes para esta paralisação.
"Não faz sentido haver colegas a fazerem 35 horas e outros 40 horas com o mesmo ordenado. [Porquê] andar a sacrificar a vida pessoal a estudar" para ser enfermeiro especialista se não há qualquer compensação monetária, questiona.
Os enfermeiros vestidos de negro seguravam em cartazes com palavras de ordem como "queremos respeito", "dignidade para a enfermagem" ou ainda "os enfermeiros querem ganhar mais do que o motorista do Ministério da Saúde."
Sandra Brandão, também de t-shirt preta, veio de longe. É enfermeira no Hospital de São João, no Porto mas está de férias no Algarve e quis marcar presença no protesto.
Mesmo com os avisos do Ministério da Saúde, considera que os enfermeiros não podem ter receios de fazer esta greve. "Já temos a nossa carreira congelada há muitos anos", por isso, é preciso lutar, defende.
Fábio Costa é o exemplo de um enfermeiro especialista que não vê qualquer retorno em termos remuneratórios por ser mais qualificado. Trabalha no bloco operatório há quatro anos como enfermeiro especialista e ganha tanto como qualquer outro enfermeiro sem qualificação especial. Refere que "é contra estas injustiças" que aqui está hoje.
No Hospital de Faro a greve dos enfermeiros está a ter bastante adesão, com muitas especialidades a garantirem apenas os serviços mínimos.