Adalberto Campos Fernandes garante que não haverá qualquer parceria público-privada para a "gestão clínica" do hospital. Hospitais "velhos" levam a perdas anuais de 48 milhões de euros.
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"Nenhuma parceria [público-privada] com gestão clínica será montada nesta legislatura. Outra coisa é discutir, se sim ou não, a parceria para a construção, nomeadamente construção e equipamentos, que pode ser, e tem sido, em muitos casos, mais efetiva do que a administração direta pelo Estado", afirmou o ministro da Saúde, no final da Comissão Parlamentar de Saúde.
O modelo de construção e gestão do Centro Hospitalar de Lisboa Oriental - que vai acolher os hospitais de São José, Santa Marta, Curry Cabral, Capuchos, Maternidade Alfredo da Costa e Dona Estefânia - ainda não está fechado, mas Adalberto Campos Fernandes não fecha a porta a uma parceria público-privada.
"É matéria que ainda tem de ser discutida com o ministério das Finanças", adiantou o ministro da Saúde, depois de questionado pelos jornalistas.
Adalberto Campos Fernandes defende que, para além do benefício para os utentes, o futuro hospital tem também "interesse estratégico" a nível económico, podendo significar uma poupança significativa para as contas do Estado.
"Nós perdemos, por ano, 48 milhões de euros. São custos a mais por ter aqueles hospitais velhos em condições que todos conhecem", salientou o ministro, que disse ainda que o Centro Hospitalar terá espaço para 825 camas e uma autonomia pediátrica que estará "acautelada no programa funcional" que será apresentado "no mês de setembro ou outubro", segundo o governante.
Adalberto Campos Fernandes adiantou ainda que, no que diz respeito ao desenho do edifício, será semelhante ao que estava previsto: "No fundamental, nós vamos recuperar o trabalho que estava praticamente pronto, aliás, o Governo anterior esteve à beira de lançar o concurso e, portanto, não vamos perder mais tempo".