É o que defende Pedro Graça, coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, que esteve esta quarta-feira na Manhã TSF.
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"Creio que se pode fazer com que as pessoas pensem em comer melhor quando, por um lado, elas têm consciência de que devem comer melhor e sabem o que devem comer e, portanto, há aí uma componente de educação, de informação, que é claramente fundamental. E, em paralelo, criar condições para quando andamos na rua, quando estamos no nosso local de trabalho, os alimentos saudáveis estejam cada vez mais presentes à nossa mesa e aqueles que não são saudáveis sejam cada vez mais difíceis de encontrar", começou por defender Pedro Graça.
Convidado da Manhã TSF, o coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral de Saúde (DGS), entende que estes dois fatores aliados à "taxação de produtos menos saudáveis é um caminho também para facilitar e incentivar essa escolha".
Para Pedro Graça, com ou sem mais impostos, do ponto de vista da saúde o objetivo passa por reduzir dois grandes problemas na sociedade portuguesa: consumo excessivo de sal e de açúcar. "Os portugueses consomem em sal o dobro daquilo que é recomendado" - 10 gramas em vez de 5 recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - e o mesmo no caso do açúcar, exemplifica.
Por isso, considera, "medidas de taxação bem pensadas a par de medidas educativas podem ajudar-nos a ganhar essa guerra".
Questionado sobre exemplos concretos de medidas de prevenção que tenham sido aplicadas e tenham correspondido a uma real alteração na alimentação das pessoas, Pedro Graça lembra dois: campanha "Leite é juventude" que levou a um aumento do consumo de leite e a que os portugueses tivessem mais cálcio no organismo; e a campanha atual de consumo de fruta nas escolas, em que a fruta é dada gratuitamente às crianças em idade escolar, cujos resultados só serão realmente visíveis daqui a alguns anos.