Ministério Público de Santa Maria da Feira arquivou inquérito sobre a alegada descoordenação entre comandos de bombeiros no combate aos incêndios de Arouca e São Pedro do Sul, em agosto de 2016. Inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna chegou a outra conclusão.
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De acordo com o despacho de arquivamento a que TSF teve acesso, o Ministério Publico (MP) de Santa Maria da Feira considera que as provas não revelaram indícios suficientes da pratica de crime por parte dos comandantes que lideraram as operações de combate ao fogo.
No documento pode ler-se que os então Comandantes Distritais de Operações de Socorro de Aveiro, José Bismark, e de Viseu, Lúcio Campos, agiram de acordo com ordens superiores e usaram os meios de combate disponíveis para proteger pessoas e bens.
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O despacho destaca ainda os poucos meios de combate, perante as dimensões invulgares do incêndio, as condições climatéricas difíceis e o terreno acidentado.
A decisão do MP contraria assim a conclusão do inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna que apontava para a falta de coordenação entre os dois comandos.
O incêndio, que começou em Arouca, no distrito de Aveiro, e alastrou a São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, durou uma semana e queimou 25 mil hectares de floresta em 2016.
Autarca de São Pedro do Sul lamenta decisão
O presidente da câmara de São Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, soube da decisão pelo arquivamento do processo através da comunicação social e considera que o que se passou no terreno devia ser alvo de escrutínio.
"É pena porque, mais uma vez, a culpa morre solteira. Estamos a falar de um fogo que foi imenso, lavrou em diversos concelhos mas devastou praticamente dois com uma área muito grande e causou prejuízo a muita gente. Lembro que, durante uma série de dias, andámos a combater este fogo apenas com os bombeiros de São Pedro do Sul e sem qualquer tipo de apoio. Lamento que isso não tenha sido tido em consideração, mas temos de acatar a decisão dos nossos tribunais", lamentou o autarca.