Transferência do Infarmed "acaba de morrer". Coro de críticas e o pedido de demissão
O ministro da Saúde remeteu a decisão sobre a eventual transferência do Infarmed para o Porto para a Comissão Independente para a Descentralização. Mas ninguém acredita que o Infarmed saia mesmo de Lisboa.
Corpo do artigo
Ricardo Valente, vereador da câmara do Porto, acusou o ministro da Saúde de falta de coragem por recuar na decisão de transferir a sede do Infarmed para o Porto.
No Fórum TSF desta manhã, o vereador que acompanhou o processo na câmara do Porto defendeu que compete ao Governo assegurar o cumprimento de uma decisão que o próprio Conselho de Ministros tomou.
TSF\audio\2018\09\noticias\24\ricardo_valente_3_faltou_coragem
Adalberto Campos Fernandes disse na sexta-feira aos deputados da comissão parlamentar de Saúde que "o contexto político mudou significativamente" em relação há um ano, quando a decisão de mudar o Infarmed para o Porto foi tomada pelo Governo.
"A Assembleia da República está em condições de criar uma comissão que irá acompanhar as decisões sobre os processos de descentralização e de deslocalização. Entendemos, por isso, que não faria sentido extrair o Infarmed desse processo",
justificou o ministro da Saúde
.
Ricardo Valente espera que o primeiro-ministro se manifeste a propósito do caso. Já Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, remete um comentário para mais tarde.
Manuel Pizarro, o vereador socialista do município, também não poupa nas criticas a Adalberto Campos Fernandes. "Deu o dito por não dito."
TSF\audio\2018\09\noticias\24\manuel_pizarro_1_leviandade
Esta posição foi assumida no Parlamento "com enorme condescendência", condenou ainda. "Não vi mais nenhum partido político empenhado nesta transferência do Infarmed para o Porto".
Mais duro é o presidente da Associação Comercial do Porto. Nuno Botelho diz que Adalberto Campos Fernandes deixou de ter condições para continuar no cargo.
TSF\audio\2018\09\noticias\24\nuno_botelho_1_demissao
"Este assunto acaba de morrer." Nuno Botelho não acredita que ainda há possibilidade de descentralização.
Uma comissão presidida pelo ex-ministro Cravinho, "um dos ministros mais centralistas que existiu desde o 25 de Abril", não vai permitir que o Infarmed saia de Lisboa.