Tudo começa no final da década de 1960, nos EUA, com objetivos militares. Mas só 30 anos depois é que se inicia a grande mudança: do Napster ao YouTube, do Hi5 ao Facebook, dos megas aos gigas, da lentidão à rapidez, dos fios ao 'mobile'. Viaje com a TSF no Dia Mundial da Internet.
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O início da massificação da Internet, há mais de 20 anos (já perto de 2000), foi "um salto gigantesco para a humanidade". Vamos recuar no tempo, até meados da década de 1990. Imagine que quer comunicar com alguém que está a quilómetros de distância e só tem à mão um telefone fixo ou papel e caneta para escrever uma carta.
Hoje, é muito mais fácil, rápido e (quase sempre) sem fios. Na praia, é só pegar no telemóvel e utilizar uma rede social, a aplicação WhatsApp ou o Skype para entrar em contacto, de forma imediata e até com imagem, com um familiar ou amigo, e matar saudades.
Mas vamos por partes. Nos primórdios, o acesso à World Wide Web em Portugal feito a partir de casa: um cabo de vários metros, esticado no corredor, ligava o telefone fixo ao computador, mas era preciso esperar alguns minutos, enquanto se ouvia um ruído no mínimo irritante, para estabelecer a tão desejada e muito lenta ligação à rede mundial de computadores. Se alguém ligasse entretanto para o fixo, não ouvia mais do que o sinal de ocupado, o que poderia trazer problemas familiares quando era a tia que estava a tentar entrar em contacto...
Metallica vs Napster
O acesso à rede apenas era possível através de carregamentos pré-pagos, que nunca eram suficientes, à Telepac ou à Netpac. Melhor: o simples 'download' (ilegal) de uma só música, com fraca qualidade, no Napster (criado em 1999 por um jovem de 18 anos) - que originou intensas batalhas na justiça, nomeadamente com os norte-americanos Metallica, há 18 anos - demorava horas. Atualmente, o Spotify, por exemplo, é um verdadeiro luxo.
Ver concertos e telediscos das bandas favoritas era um quase fenómeno, só possível de acontecer através dos dois canais da RTP. Agora, basta escrever no Chrome youtube.com.
Mas abrir uma imagem de baixa resolução no Internet Explorer - o 'browser' da moda, na altura, a partir de 1995, com a Microsoft a dominar por completo o mercado - não era tarefa mais fácil, sendo que dava tempo para jantar calmamente em família.
mIRC e 'fake news'
Também em 1995, o mIRC, integrado no Windows, começa a dar os primeiros passos. É a grande novidade no arranque dos 'chats'. Seguiram-se as redes sociais, com o HI5 rapidamente a ser ultrapassado pelo gigante Facebook, quando ainda ninguém pensava sobre o que seria a partilha de dados pessoais, um tema que marca agora o nosso dia a dia.
Os portais, como o norte-americano Yahoo! (1994), cederam o seu lugar ao "monopólio" Google - que surge quatro anos depois -, o motor de busca que parece ler os nossos pensamentos, ajudando no trabalho diário e a esclarecer dúvidas entre amigos. Mas cuidado com as 'fake news'...
Ainda em meados da década de 1990, ter um simples e-mail era quase uma miragem. Mas a 1 de abril de 2004, e não é mentira, a Google lança o correio eletrónico que veio para ficar: o Gmail.
A falta que fazem mais gigas...
A muitíssimo breve história da evolução dos últimos 20 a 25 anos da Net pode ser contada assim, mas uma coisa é quase certa: a velocidade de 'download' e de 'upload' e o espaço de armazenamento nunca serão suficientes. Faltam sempre 'gigabytes'.
Hoje, é o Dia Mundial da Internet, cuja data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas, há 12 anos, com o objetivo de se "refletir sobre as potencialidades e os desafios das novas tecnologias na vida das pessoas".
Uma publicação da britânica BBC levantava recentemente algumas questões. Será possível criar uma nova Internet? Onde é que os nossos dados digitais são armazenados? Vamos usar teclados para sempre? Os cursos online poderão substituir os professores? Teremos respostas mais concretas a algumas destas perguntas talvez só daqui a mais um quarto de século.