Invenção portuguesa quer ajudar piloto a decidir se aterra em caso de passageiro doente
Chama-se Flysafe e foi criado por um grupo de alunos da Universidade do Porto. A reportagem da TSF falou com Tiago Gonçalves, um dos responsáveis do projeto.
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A ideia surgiu durante uma das aulas da cadeira de Telemedicina e E-Saúde depois de um desafio lançado por um dos professores para que os alunos desenvolvessem um sistema que permitisse resolver problemas no âmbito da medicina à distância.
A partir daqui, Tiago Gonçalves, em conjunto com outros dois alunos da Universidade do Porto, partiram para a solução de um problema: como ajudar os pilotos de avião a melhor decidirem sobre uma aterragem de emergência motivada por problemas de saúde de um dos passageiros.
"O que pretendíamos era uma interface entre capitão e médico em terra através da análise de dados deste sistema que pudesse ser usada como ferramenta de tomada de decisão sobre se valeria ou não aterrar de emergência", explica Tiago Gonçalves.
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Uma ferramenta com diversos sensores, para medir por exemplo a temperatura corporal de um passageiro, a pressão sanguínea ou a quantidade de oxigénio no sangue e que, para ser desenvolvida, beneficiou do avanço da tecnologia.
"Já e possível enviar sinais vitais à distância. Basta dizer que hoje em dias já temos aviões com Internet. Neste caso, aplicada a uma coisa que já é utilizada na medicina que é a computação móvel", adianta Tiago Gonçalves.
Uma ferramenta inovadora desenhada na Faculdade de Engenharia do Porto e que, além de permitir uma fácil comunicação e análise de dados por parte de quem está no avião e num hospital, quer também contribuir para o ambiente e para a diminuição dos custos das companhias.
"Atualmente o que acontece é o capitão do voo aterrar de emergência seja o problema de caráter muito grave ou caráter mais básico. Isto é muito custoso para as companhias aéreas, também não é bom para o ambiente porque o processo envolve vários procedimentos que vão gastar mais combustível e, em último caso, para os aeroportos que vão receber os aviões e nem sempre estão preparados", explica.
Tiago Gonçalves espera que estas situações sejam agora mais fáceis de evitar, com este aparelho medidor de sinais vitais que, depois de finalizado, já tem mercado definido.
O próximo passo será desenvolver sensores nas cadeiras dos aviões, um projeto que pode demorar dois anos. Necessário mesmo é encontrar quem financie as ideias dos alunos de bioengenharia.