Investigadores de Cambridge criam aplicação com efeitos parecidos com os da ritalina
A aplicação Decoder consiste num jogo em que os utilizadores assumem o papel de um agente encarregado de dividir grupos criminosos, identificando diferentes combinações de sequências numéricas.
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Os aparelhos digitais são, hoje em dia, uma espécie de extensão do braço e as solicitações constantes podem roubar a atenção a qualquer um. No entanto, a solução para manter o foco nas tarefas do dia-a-dia e treinar o cérebro pode estar também na palma da mão. Uma equipa de investigadores da Universidade de Cambridge desenvolveu uma aplicação que ativa uma rede cerebral frontoparietal para ajudar as pessoas a melhorarem a atenção e a concentração.
De acordo com a ABC News, a aplicação Decoder consiste num jogo em que os utilizadores assumem o papel de um agente encarregado de dividir grupos criminosos, identificando diferentes combinações de sequências numéricas.
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O estudo publicado na revista científica Frontiers in Behavioral Neuroscience demonstrou que o uso da aplicação Decoder, num iPad, durante oito horas, ao longo de um mês, resultou em melhorias neurológicas nos participantes, comparáveis aos efeitos provocados pela toma de metilfenidato (ritalina) ou nicotina.
Para quantificar os resultados da aplicação, os investigadores dividiram 75 jovens adultos saudáveis em três grupos. Um grupo teria que jogar bingo, outro teria que usar a aplicação e o terceiro grupo não jogaria nada.
No final da experiência, os investigadores concluíram que aqueles que jogaram Decoder "mostraram melhor deteção das sequências" e foram mais rápidos a acertar nos alvos. Para além disso, os níveis de prazer, motivação, atenção e bom humor permaneceram elevados uma hora depois de os participantes utilizarem a aplicação.
Apesar dos resultados positivos do estudo, a investigadora da Universidade de Macquarie, Tejal Shah, defende que é necessário fazer estudos com uma amostra mais representativa daquilo que é o mundo real, com "medições cognitivas mais robustas, imagens do cérebro e medir até que ponto a genética tem efeito nos resultados".