As dificuldades são assumidas num documento interno do serviço de radiologia, ao qual o Diário de Notícias teve acesso. Os pedidos de mamografias de vigilância são mais do que o IPO consegue suportar.
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No final de abril, 450 mulheres acompanhadas no Instituto Português de Oncologia (IPO) ainda não tinham realizado a mamografia de vigilância que deve ser feita a cada 12 meses. O IPO de Lisboa não está a conseguir dar resposta a todos os doentes que precisam de fazer exames de seguimento do cancro da mama e é o próprio serviço de radiologia a assumi-lo num documento interno a que o Diário de Notícias teve acesso.
Na declaração, o IPO admite que não consegue assegurar as mamografias de vigilância a todos os utentes que ainda não tiveram alta mesmo depois dos cinco anos da cirurgia, período em que o risco de reaparecimento da doença é maior.
Todos os anos, o IPO recebe mais de mil novos casos de cancro da mama. A juntar a estes números estão os casos de doentes que já foram operados e que precisam de seguir a doença.
A solução passa por encaminhar os doentes para os centros de saúde, situação que não está a ser bem recebida por todos os médicos até porque, de acordo com a lei, os hospitais estão impedidos de pedir exames aos centros de saúde.
O IPO de Lisboa explica ao Diário de Notícias que estão a ser seguidos critérios de prioridade na marcação das mamografias, defendendo que o acompanhamento a longo prazo deve ser partilhado com os cuidados de saúde primários.
Contactado pela TSF, o diretor clínico do IPO de Lisboa, João Oliveira, assegura que não há qualquer problema com os exames das mulheres que sofreram de cancro.
Segundo João Oliveira, há muito que as mulheres operadas há mais de cinco anos são encaminhadas para os centros de saúde.
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"Não houve mudança nenhuma. O IPO, de há muito tempo a esta parte, anda a intensificar e a tentar aprofundar as relações com os centros de saúde, de modo a providenciar às doentes curadas de cancro da mama um seguimento apoiado, conjunto entre o hospital e os cuidados primários, que lhes assegure os cuidados que elas necessitem. Não é uma coisa recente", alegou.
Notícia atualizada à 11h44, com reação do diretor clínico do IPO