Neto de Moura garante que é contra a violência doméstica e afirma que está a ser deturpado de propósito. A juíza que também assinou o despacho admite que leu o documento na diagonal.
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A juíza Maria Luísa Arantes leu o documento na diagonal, fala de excesso de trabalho e de confiança total no colega Neto de Moura para justificar a assinatura do acórdão sem ler.
A juíza não quis prestar declarações, mas o jornal "Expresso" ouviu diferentes fontes, que relatam que Maria Luísa Arantes leu a parte da fundamentação do acórdão e por concordar com a pena aplicada assinou o documento.
Depois das notícias dos últimos dias está "chocada e abatida", contam os colegas.
Maria Luísa Arantes garante que se tivesse lido as oito frases polémicas do acórdão teria falado com Neto de Moura, levando até o caso a votação, se necessário.
Já o juiz vai enfrentar o Conselho Superior de Magistratura depois de aberto um inquérito. Em declarações ao jornal "Público", Neto de Moura garante estar a ser deturpado, mas não explica porquê. Assegura que condena a violência doméstica e lembra até que já puniu um agressor com prisão efetiva.
O desembargador do Tribunal da Relação do Porto recorda que aplicou uma pena de três anos de cadeia a um homem que maltratava a companheira e a filha. Mas o homem já estava a cumprir pena por tentativa de homicídio e porte de arma.
Um olhar mais atento ao acórdão, mostra que o juíz Neto de Moura condena a atitude do agressor mas escreveu ainda que a atuação do homem vem na sequência de uma desconfiança de infidelidade, "o que atenua um pouco a medida da culpa".