Depois do relatório do Tribunal de Contas, que põe em causa a fiabilidade dos dados oficiais, o governo criou um grupo independente que vai analisar os sistemas de gestão das listas de espera.
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Na proposta de despacho do Ministério da Saúde, que aguarda publicação em Diário da República, é determinado que os sistemas sejam avaliados por um grupo técnico independente, de modo a assegurar a transparência, a credibilidade e a confiança no processo dos sistemas de gestão de acesso a cuidados de saúde.
A agência Lusa teve acesso a esta proposta de despacho. O grupo vai ter dois meses após a publicação do despacho para apresentar um relatório final e deve avaliar a qualidade e a robustez dos indicadores de acesso a consultas e cirurgias que têm sido publicados e emitir recomendações para melhorar a informação.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, preside a este grupo técnico, que vai integrar representantes dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde, da Inspeção-geral das Atividades em Saúde, da Entidade Reguladora da Saúde, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, de associações de doentes e da comunidade académica.
A ideia de uma "auditoria independente e urgente" ao SNS tinha sido lançada pelo bastonário da Ordem dos Médicos na semana passada, no dia seguinte a ter sido conhecido o relatório da auditoria do Tribunal de Contas.
O relatório do Tribunal de Contas divulgado na semana passada vem contrariar números da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que apontavam para menos tempo de espera na primeira consulta de especialidade dos hospitais públicos.
Entre os aspetos identificados pelo Tribunal estão mais tempo de espera para uma consulta hospitalar e mais utentes a aguardarem por uma cirurgia entre 2014 e 2016.