"Falhas de supervisão e controlo" na origem do desaparecimento de armas da PSP
No Parlamento, a ministra da Administração Interna explicou que as 57 pistolas que desapareceram de instalações "com acesso muito restrito", primeiros indícios apontam para "falhas na supervisão".
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"Isto não devia ter acontecido", sublinhou Constança Urbano de Sousa, defendendo que terminado o inquérito serão apuradas responsabilidades "no plano criminal, no plano disciplinar - para apurar falhas na área da supervisão ou de procedimentos estabelecidos para evitar este tipo de situação".
A ministra defendeu ainda que será avaliado se os "procedimentos não podem ser robustecidos para minimizar riscos".
O inquérito deve ficar concluído "até ao final do mês", depois de o prazo inicial de 30 dias ter sido alargado por mais 15.
Constança Urbano de Sousa admite que o caso é "grave até para o interior da própria PSP" que foi mandatada pelo Ministério Público para investigar o desaparecimento de 57 pistolas Glock de instalações da polícia.
A ministra da Administração Interna adianta que o inquérito ainda está em curso, ainda não está disponível toda a informação, mas que os primeiros sinais apontam para "falhas do controlo e da supervisão que, a verificarem-se terão consequências a nível disciplinar".
A ministra informou ainda os deputados que depois de ter sido feita uma conferência a nível nacional se verificou que este foi um caso "isolado".
Constança Urbano Rodrigues sublinhou que "todos os movimentos" das armas distribuídas aos agentes são monitorizadas "ao segundo" através de um sistema informático.
Outra questão, referiu a ministra, prende-se com a forma como as armas são guardadas. No caso destas 57 Glocks desaparecidas de um depósito com "acesso muito restrito, onde nem todos os agentes tinham acesso", Constança Urbano de Sousa adiantou que desapareceram também os "carregadores e respetivo kit de limpeza".
A MAI desmentiu "rumores" de que tenham desaparecido também revólveres, tratou-se de um "erro de registo", explicou.
Depois o Diário de Notícia ter divulgado o desaparecimento de mais de 50 armas, de instalações da PSP, o Ministério da Administração Interna (MAI) informou em comunicado, que "na sequência da apreensão de uma arma de fogo da PSP numa operação policial, foi imediatamente aberto um Processo de Inquérito ao armazenamento de armas no Departamento de Apoio Geral da Direção Nacional da PSP".
Foram também instaurados processos disciplinares a dois elementos a PSP, "que foram de imediato suspensos de funções". Os factos foram "participados ao Ministério Público, para efeitos de investigação e apuramento de responsabilidades criminais", adianta o MAI.