Cerca de 8 em cada 10 dos portugueses tem o hábito de separar os resíduos para a reciclagem. Este é um dos dados do Barómetro Marktest / Novo Verde que foi divulgado esta sexta-feira.
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Assim, 84% dos portugueses dizem fazer a reciclagem mas metade da população está descontente com a limpeza na zona envolvente dos ecopontos e 40% critica a frequência da recolha.
O presidente da Novo Verde, Ricardo Neto, afirma que estes eram valores que estava à espera e coincide com as metas atingidas no ano passado e divulgadas pela Comissão de acompanhamento de resíduos que apontam para "um crescimento de 8,8% da recolha de resíduos de embalagem em Portugal"(resíduos urbanos).
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Para Ricardo Neto "isto mostra a importância da concorrência entre entidades gestoras" desde que, há dois anos, a Novo Verde entrou num mercado em que havia apenas uma empresa.
Taras nas embalagens
Outra pergunta revela que os Portugueses estão dispostos a adotarem um sistema de taras nas embalagens como incentivo à reciclagem.
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Mais de um terço dos inquiridos neste estudo de opinião acreditam que "a criação de incentivos, recompensas ou a existência de taras recuperáveis na entrega dos resíduos" seria o fator mais determinante para aumentar a separação do lixo.
O presidente da Novo Verde, Ricardo Neto, defende que esta revelação do sentimento da população vem ao encontro do espírito da nova legislação que impõem o fim da tara perdida.
"O que mostram os 35,9% que entendem que o aumento da recolha se daria com incentivos e com taras recuperáveis, como já tivemos no nosso país, mostra uma disponibilidade do consumidor para ser incentivado ou para pagar um depósito de uma garrafa aquando da sua aquisição", sublinha Ricardo Neto.
O sistema de incentivos, que foi esta sexta-feira anunciado vai entrar em fase piloto e arranca com 50 máquinas mas ainda faltam muitas respostas.
"Nomeadamente, quem é que vai financiar as máquinas? Que liberdade é que têm as lojas para escolherem os seus caminhos? Quem é que vai pagar a gestão em loja das máquinas (quem retira os resíduos)? Há aqui um conjunto de situações que têm que ser observados através do consenso dos diferentes atores", questiona.
Desconfiados e preguiçosos
O estudo ainda demonstra que entre a população que não faz a reciclagem há 26% de desconfiados que dizem não ir ao ecoponto porque não acreditam que os resíduos sejam efetivamente reciclados.
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Mas, para o presidente da Novo Verde, Ricardo Neto, este é um sentimento que é preciso contrariar porque "os resíduos têm como destino os sistemas municipais que procedem à sua triagem em categorias de materiais e depois daqui são entregues aos recicladores que os reciclam. É isto que se passa, não há mais nada por detrás, não há nada escondido".
Assim, "a reciclagem torna-se mais fácil se for seletiva, se o lixo não for todo misturado. Daí a nossa aposta forte, do Novo Verde, nesta recolha seletiva", defende.
Mas além de desconfiados a população que não faz a reciclagem acusa alguma preguiça porque afirma não ter um ecoponto à porta de casa.
"A regra é um ecoponto equidistante 250 metros de cada habitação. Uma situação que ocorre na maioria do território nacional. Também aqui o cidadão consumidor tem que perceber a sua importância" no depósito dos materiais com destino à reciclagem, diz o presidente da Novo Verde para quem é difícil ter uma malha mais apertada de ecopontos.
Ficha técnica
Este é um estudo, um barómetro trimestral, realizado pela Marktest que fez 850 entrevistas (via internet) de um universo constituído por indivíduos de ambos os géneros, entre os 15 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental. A margem de erro máxima para o total da amostra de 850 entrevistas, para um grau de confiança a 95 %,é de ±3,36 pontos percentuais.