O secretário de Estado da Educação diz que o governo quer "um consenso alargado" entre toda a comunidade educativa e, para isso, é preciso tempo.
Corpo do artigo
Ainda não é no próximo ano letivo que entra em vigor o reforço da autonomia das escolas. O novo modelo, que o Ministério da Educação quer aplicar, prevê que as escolas possam definir, sozinhas, 25 por cento dos currículos escolares.
No Fórum TSF, o secretário de Estado da Educação garantiu que o objetivo é a qualidade e não a rapidez. Daí que seja necessário "um debate muito participado", que envolva professores, alunos, pais e todos os elementos da comunidade educativa.
João Costa quer garantir que o mais importante "é a qualidade da solução a construir" e não o calendário. Daí que assegure, sem hesitações, ser "impossível" aplicar o novo modelo já a partir de setembro.
O secretário de Estado admite mesmo que, se não reunir consenso, a proposta pode não avançar. "Se não interessar a ninguém, (...) iremos respeitar", afirma João Costa.
Sindicatos com reservas
Tanto a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), como a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) têm dúvidas quanto ao reforço da autonomia das escolas.
No caso da Fenprof, as dúvidas são grandes. Mário Nogueira considera que a percentagem de 25% é excessiva. O sindicalista pergunta "o que acontece a um aluno que, a meio do ano, por razões de ordem profissional dos pais, tiver de mudar para outra de uma região diferente".
O secretário - geral da Fenprof entende que, "para começar, a percentagem deveria ser menor". E critica também o facto o governo não ter colocado à discussão esse valor, antes de se ter decidido pelos 25%.
Do lado da FNE, as reserva são menores. João Dias da Silva concorda, genericamente, com a sugestão do governo. O secretário-geral considera que se trata de uma ideia "interessante", pois uma escola "uniforme e igual para todos" é "injusto para os alunos". "A escola tem ser diversa e procurar soluções para a diversidade" dos estudantes.
Ainda assim, Dias da Silva chama a atenção para a necessidade de se estudar bem a forma de concretizar esse reforço da autonomia das escolas.