São as reações dos sindicatos depois de Adalberto Campos Fernandes ter manifestado abertura para debater questões relativas ao pagamento do trabalho extraordinário aos médicos e enfermeiros.
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"Para além de uma lima será necessária uma grande grosa", a afirmação é de Jorge Roque da Cunha, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) num comentário às declarações de Adalberto Campos Fernandes.
No mesmo sentido, as palavras de Guadalupe Simões do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP): "não basta só limar o que quer que seja é necessário e urgente resolver variadíssimos problemas".
O Ministro da saúde manifestou hoje abertura para, em sede de negociação, "limar algumas questões" relativas ao pagamento do trabalho extraordinário aos médicos e enfermeiros, mas os sindicatos defendem que isso não chega.
Médicos e enfermeiros estão descontentes com a publicação em decreto-lei das regras de reposição do pagamento do trabalho extraordinário, por considerarem discriminatório o facto de estas regras abrangerem apenas profissionais que exercem funções nos serviços de urgência e nas unidades de cuidados intensivos. Acusam ainda o ministro da Saúde de falta ao compromisso assumido e admitem novas formas de luta".
"Não basta tecer loas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), é preciso tratar bem os profissionais que aí estão", defende Jorge Roque da Cunha que não quer acreditar que a reposição dos pagamentos não seja feita como o prometido e avisa que a paciência dos médicos está a esgotar-se.
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos fala em questão de dignidade e assegura que os médicos vão encontrar uma resposta para que o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças percebam que mais do que uma questão financeira, é isso que está em causa.
Os sindicatos médicos e a Ordem dos Médicos convocaram para a próxima sexta-feira uma reunião alargada a todas as associações médicas para definir uma estratégia concertada de defesa do Serviço Nacional de Saúde. Os enfermeiros enviaram hoje uma carta com um pedido de reunião urgente com o ministro da Saúde.