Medida para libertar 600 polícias para o serviço operacional não saiu do papel
A medida foi anunciada em agosto: libertar mais de 600 polícias das tarefas burocráticas para o serviço operacional. Mas continua tudo igual e o MAI ainda nem lançou o concurso público.
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O Ministério da Administração Interna quer ver o processo concluído em 2017 e numa resposta enviada à TSF diz que está a ultimar o lançamento de um concurso público que permita a entrega do trabalho nos refeitórios e messes a uma entidade externa.
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, diz que está tudo igual e acusa o MAI de estar a arrastar a solução para a falta de operacionais. "Isso só vai protelar no tempo a resolução deste problema. É um argumento para não aumentar o número de vagas do concurso para a polícia. Os concursos públicos são processos muito demorados, na prática vai ficar tudo igual."
O governo quer libertar 612 polícias de tarefas burocráticas e substituí-los por civis, conseguindo assim uma poupança de seis milhões de euros e reforçando os efetivos operacionais. A medida está prevista na Proposta de Orçamento do Estado para 2017.
Paulo Rodrigues reafirma que esta não a melhor solução. "Seria necessário aumentar o número de elementos que vão entrar na polícia, permitia reforçar o número de operacionais e rejuvenescer o serviço".
Já com o anterior governo em 2014, o ministro Miguel Macedo prometia substituir cinco mil agentes da PSP e da GNR por civis. Com o novo Governo, Constança Urbano de Sousa fez um levantamento do número de operacionais e concluiu que, até ao final do ano, 50 agentes seriam reafetados a novos serviços e no próximo ano, 562 ficariam adstritos a novas funções.