A Ordem dos Médicos diz que o Estado está a poupar tostões pondo em risco vidas humanas. Foi o que sucedeu esta tarde no IP 3, num acidente com vários feridos graves mas em que não houve socorro médico.
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Uma colisão entre três viaturas provocou 6 feridos, quatro dos quais graves. Para o local foram enviados meios dos bombeiros e uma ambulância de suporte imediato de vida mas de acordo com a Proteção Civil não houve socorro médico. A Viatura Médica de Emergência e reanimação (VMER) de Viseu e o helicóptero de Santa Comba Dão estavam ocupados em transferências inter-hospitalares e não puderam ser enviados para o local. Também não foram ativados outros meios médicos. O bastonário da Ordem dos Médicos considera que o Estado "está a poupar dinheiro à custa de vidas humanas".
José Manuel Silva esclarece que a Ordem "tem criticado esta situação e discorda que as viaturas médicas sejam usadas para fazer transferências".
O bastonário quer a intervenção da Inspecção-geral das Atividades de Saúde para "corrigir o problema" que considera "uma vergonha".
De cada vez que uma equipa médica de determinado hospital é chamada a transportar um doente para outro hospital, missão que também é competência do INEM, deixa de ficar disponível para pedidos de emergência na sua área de intervenção. A equipa transporta o doente numa ambulância do INEM e a viatura médica fica indisponível para emergências. Quando assim é deveria ser ativado o serviço de helitransporte, o que também não sucedeu no acidente do IP-3.
O INEM tem prevista a criação do Serviço de Transporte Regional do Doente Crítico, mas estas equipas nunca funcionaram e de cada vez que há um transporte inter-hospitalar são os meios de emergência que o realizam deixando sem socorro medico os casos graves.
A TSF já pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde e ao Inem.