
Mike Segar/Reuters
O ataque informático de sexta-feira deixou muitas empresas e governos num elevado grau de preocupação e a criadora do sistema operativo que está no centro ataque.
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A Microsoft está furiosa e aponta o dedo às agências de espionagem e segurança nacional.
O Ransomware WannaCry ou WannaCrypt terá atacado perto de 200 mil computadores desde sexta-feira e, apesar da ameaça parecer estar controlada, ainda não é certo o que poderá acontecer esta segunda-feira.
Um perito em segurança informática descobriu uma forma fácil de acabar com este ataque em particular, mas a forma é tão simples que qualquer um pode alterar o código do Ransomware para voltar a distribuí-lo e voltar a criar estragos.
O WannaCry aproveita-se de uma falha no Windows que a Agência de Segurança Nacional norte-americana descobriu mas nada disse à Microsoft. Guardou a informação para si, até que essas falhas foram tornadas públicas através de um leak. É isto que está a deixar a empresa fundada por Bill Gates em polvorosa.
Brad Smith, um dos administradores da Microsoft, queixa-se que os serviços secretos estão a armazenar informações acerca de vulnerabilidades em vez de os revelarem para que as falhas sejam resolvidas. Sublinha que há cada vez mais leaks sobre estas falhas e que isto resulta em "danos por toda a parte". Brad Smith dá uma imagem: quando a CIA ou a NSA perdem estes documentos é a mesma coisa que roubarem ao exército uma série de mísseis Tomahawk.
A Microsoft diz que está na altura das chefias governamentais acordarem e de implementarem legislação que obrigue as agências de segurança a partilhar com as criadoras de software os buracos de segurança que vão encontrando. Será talvez difícil que isso aconteça, mas ao menos a empresa lava daí as suas mãos.
Certo é que a era dos ciber desastres pode ter chegado. É assim que o Washington Post dá título a um artigo sobre o ataque que começou na sexta-feira.
A BBC falou com funcionários do Serviço Nacional de Saúde britânico que falam em "carnificina". Houve vários hospitais britânicos que tiveram de suspender atividades e "há pacientes que irão sofrer a até morrer" devido ao ataque. Para já, não há mortes relatadas, mas como escreve o Financial Times, "a primeira morte atribuída diretamente a um ciberataque de repente parece uma possibilidade".