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Dez mil docentes aprovaram uma resolução pela recuperação dos mais de nove anos de serviço em que as carreiras estiveram congeladas.
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Milhares de professores concentraram-se esta quarta-feira ao fim da manhã junto do Parlamento para contestar o Orçamento do Estado para 2018 e exigir a contagem de todo o tempo de serviço quando forem descongeladas as carreiras da administração pública.
A manifestação coincide com uma greve nacional de professores, convocada por todos os sindicatos do setor, no dia em que, na Assembleia da República, está a ser discutida na especialidade a proposta do Orçamento do Estado para 2018 na Educação.
Os professores em protesto aprovaram uma resolução em que declaram a sua firme determinação em defender a recuperação dos mais de nove anos de serviço em que as carreiras estiveram congeladas.
Na resolução, aprovada por cerca dez mil docentes segundo cálculos da Federação Nacional de Educação, os professores exigem a contagem integral do tempo de serviço que cumpriram para efeitos de reposicionamento e progressão na carreira.
Os professores acrescentam no documento que, para satisfação desta "justa reivindicação", declaram-se "abertos à negociação de uma recuperação faseada do tempo" que a carreira esteve congelada.
Reiteram, no entanto, estarem indisponíveis para a perda, ainda que parcial, de anos de serviço que foram cumpridos com "inegável e reconhecido mérito".
Os docentes rejeitam novas penalizações, alegadamente decorrentes de um qualquer regime transitório, e exigem ser esclarecidos sobre um dos artigos da proposta de Orçamento do Estado para 2018, exigindo a sua eliminação, caso se destine a prolongar a permanência dos docentes nos escalões em que encontram.
Na resolução, os professores rejeitam ainda "qualquer tipo de discriminação em relação a outras carreiras da administração pública" e apontam ainda outras exigências relacionadas com a aposentação, os horários de trabalho e com a necessidade de aprovação de "um regime justo e transparente de concursos para todos os docentes".
No local, estão representantes de várias estruturas sindicais, da Federação nacional dos Professores (Fenprof), da Federação Nacional da Educação (FNE) e da Frente Sindical de Docentes, constituída no mês passado.