Marta Temido abordou também a reunião da próxima quinta-feira, com dois sindicatos dos enfermeiros, na qual espera ver um "esforço" de ambas as partes.
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A ministra da Saúde garantiu, esta segunda-feira, que não há qualquer corte de benefícios aos utentes da ADSE. Marta Temido defende que o diploma publicado no final de 2018 veio apenas, nalguns casos, clarificar as regras que já estão em vigor e nos outros procura que os beneficiários do subsistema não sejam privilegiados no acesso a tratamentos ou medicamentos que não estejam disponíveis para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Houve, no passado, algumas situações que suscitaram questões desse tipo: medicamentos que foram primeiro autorizados pela ADSE relativamente à avaliação feita pelos sistemas de avaliação de tecnologias que na altura vigoravam. Essas situações serão perfeitamente espúrias. O que é facto é que continuamos a acreditar que o SNS fornece o referencial de qualidade e de acesso, portanto faz sentido que um subsistema que é publico, mas que está a ser gerido pelos ministérios da Saúde e das Finanças, utilize os mesmos referenciais de oferta", explicou a ministra nas vésperas de uma reunião com os sindicatos dos enfermeiros que promoveram as greves nos blocos operatórios.
Marta Temido revela-se otimista para este encontro, mas insiste que não pode avançar com aumentos salariais nem com a redução da idade da reforma destes profissionais. A ministra defende que o Governo tentou ainda ir ao encontro de outras reivindicações como a da categoria do enfermeiro especialista e o descongelamento das progressões nas carreiras, mas é preciso "idêntico esforço" da outra parte.
"Optámos por ir mais longe, por dar mais um passo no sentido da aproximação e, aquilo que esperamos, é que da contraparte haja idêntico esforço. Estou convicta de que isso será um caminho que ambos - profissionais da saúde e Governo - estão muito empenhados em conseguir concretizar. É isso que as pessoas lá fora, os cidadãos portugueses e os utentes do SNS, esperam de nós: que nos aproximemos e que construamos uma solução e não uma ruptura", alertou.
A reunião com os dois sindicatos que promoveram a greve às cirurgias, o Sindepor - Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal e a Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros, decorre esta quinta-feira.