O aumento do número de doentes tratados levou o Ministério da Saúde a renegociar o acordo com o laboratório que produz o medicamento inovador para a hepatite C. No Parlamento, o ministro da Saúde revelou que o orçamento para o sector ainda é curto para responder a todas as necessidades.
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Adalberto Campos Fernandes esteve no Parlamento a explicar aos deputados o Orçamento do Estado para a Saúde e anunciou que o tratamento de doentes com hepatite C contribuiu para a derrapagem orçamental em 2015.
De acordo com a nota explicativa do OE 2016, em 2015 foram gastos 40 milhões de euros com o tratamento destes doentes, estando prevista uma despesa de 85 milhões de euros para 2016.
O acordo firmado entre o anterior governo e o laboratório que comercializa o fármaco inovador previa um gasto de 100 milhões de euros em cinco anos, a um ritmo de 20 milhões de euros por ano.
Questionado sobre esta discrepância de valores, o ministro disse que está em curso uma renegociação deste acordo, a qual deverá estar concluída no final deste mês.
O ministro garantiu que não vai faltar dinheiro para tratar os doentes que ainda não tiveram acesso aos novo medicamento, esclarecendo que "não serão postas em causa as expectativas dos doentes".
Saúde com défice de 179 milhões
Perante os deputados, Adalberto Campos Fernandes avisou que o reforço das verbas para a saúde ainda não é o suficiente, estando previsto que faltem 179 milhões de euros na saúde este ano.
Em relação a 2015, Adalberto Campos Fernandes reconheceu que as contas do sector tiveram um fecho pior do que o esperado, em parte devido aos medicamentos inovadores, terminando com um défice de 259 milhões de euros, quando o anterior governo previa 30 milhões negativos.
Quanto ao regresso às 35 horas semanais, o ministro explicou que a mudança terá um custo entre os 28 e os 40 milhões de euros no segundo semestre do ano, que é quando a alteração irá entrar em vigor.
O ministro revelou também que, até ao final do ano, o Hospital Pulido Valente, em Lisboa, terá camas de cuidados continuados.