Ministro da Saúde negou, no parlamento, que o Governo esteja em vias de permitir que as farmácias administrem algumas das vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação.
Corpo do artigo
Adalberto Campos Fernandes assegura que as vacinas que integram o Programa Nacional de Vacinação (PNV) não vão ser administradas nas farmácias.
"Desconhecemos a origem de uma notícia disparatada e que não tem qualquer fundo de verdade. Nunca passaria pela cabeça ao Governo que as vacinas aplicadas no PNV, que exigem especificidade técnica, preparação profissional e que sempre funcionaram na rede pública fossem agora para as farmácias", disse, na Assembleia da República, o ministro da Saúde.
Segundo Adalberto Campos Fernandes a ideia terá sido disseminada na sequência de "desde há alguns anos" as farmácias comunitárias terem começado a administrar "as vacinas da gripe que não estão nas vacinas obrigatórias".
Nesse sentido, e sublinhando que a administração de vacinas do Programa Nacional de Vacinação pelas farmácias não faz parte dos planos do Executivo, o ministro afirma: "Não faz nenhum sentido. Não temos nenhuma intenção de fazer nada disso".
A notícia tinha sido avançada pelo Jornal de Notícias que, citando o Infarmed, adiantava que a ideia passava por complementar o trabalho dos centros de saúde, para chegar a mais pessoas. Uma mudança que não agradou nem ao bastonário da Ordem dos Médicos nem ao Bloco de Esquerda.
Ouvido pela TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz não entender a ideia do Governo, lembrando que os centros de saúde estão a funcionar muito bem.
Pelo Bloco de Esquerda, o deputado Moisés Ferreira afirmou que "não há nenhuma justificação para esta delegação de competência", até porque o Programa Nacional de Vacinação português é um dos que tem maior cobertura vacinal em todo o mundo.