
27/10/16 - Viseu - Joo Cid, vitima de 2 AVC (Acidente Vascular Cerebral), tem implantado um dispositivo de monitorizao cardaca, que serve de auxilio ao diagnostico mdico. Equipamento para realizao de TAC Miguel Pereira da Silva / GLOBAL IMAGENS
Médicos alertam que a medicina está a mudar muito rapidamente e o Serviço Nacional de Saúde não anda à mesma velocidade.
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O congresso anual da Ordem dos Médicos discute esta sexta-feira e sábado "O futuro na medicina". Os representantes de quem trabalha em saúde falam num "galopante progresso tecnológico" que já se sente hoje, mas que deverá acelerar nas próximas décadas.
Miguel Guimarães, o bastonário, adianta à TSF que é preciso pensar nos desafios que a nova medicina coloca, sendo essa a razão que levou a Ordem a convidar vários especialistas nacionais e estrangeiros, com o patrocínio do Presidente da República.
"O futuro é hoje", salienta o bastonário, que admite que o congresso também serve para alertar que como está o Serviço Nacional de Saúde, a saúde pública, vai ficar para trás.
O exemplo das TAC
"Falando de coisas simples para que quem nos está a ouvir possa entender", explica Miguel Guimarães, "peguemos no caso das TAC, as tomografia axiais computorizadas: muitas das que hoje existem no país já estão ultrapassadas, com mais anos do que deviam ter e além disso as mais antigas, com cerca de 10 anos, emitem uma quantidade enorme de radiação que é um efeito lateral para quem faz este exame, ou seja, a radiação que vai apanhar. As TAC mais modernas são completamente diferentes, praticamente não emitem radiação - o equivalente a um raio X".
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O Bastonário da Ordem dos Médicos continua e acrescenta que a substituição destes e de outros equipamentos pesados ainda mais importantes é fundamental nos serviços públicos, nomeadamente porque ao fim de uma década começam a ficar ultrapassados e com um tempo de amortização que já justifica substituições que não estão a existir.
Miguel Guimarães diz que os serviços públicos de saúde estão a ficar para trás na evolução tecnológica, nomeadamente na comparação com os privados, e dá outro exemplo: "Portugal deve ser dos raros países da Europa onde não existe um robot para fazer cirurgias do género do Da Vinci, que é muito conhecido. Este robot existe em Portugal no privado mas não no público", detalha o bastonário que acrescenta: "Mesmo que não possamos ter tudo é preciso ir fazendo algumas coisas".