Não às dragagens no Sado. Hotéis, pescadores e ambientalistas unem-se contra obras
Associações ambientalistas, operadores turísticos e uma cooperativa de pesca - todos juntos contra as anunciadas dragagens no rio Sado.
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Numa ação conjunta, o grupo de hotéis Pestana, a associação ambientalista ZERO, o movimento cívico SOS Sado, o Clube da Arrábida, a cooperativa de educação marinha Ocean Alive, a Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos e a Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines lançam, esta segunda-feira, uma petição pública a exigir a suspensão imediata das dragagens no rio Sado, para a ampliação dos acessos ao Porto de Setúbal.
A dragagem consiste na escavação do solo ou de rochas do fundo do rio, para aumentar a sua profundidade.
Em declarações à TSF, David Nascimento, do SOS Sado, sublinha que esta ação conjunta mostra que há muitas as pessoas a contestar o projeto de dragagem: "Há um setor alargado da população que considera que este projeto, sobretudo nos moldes em que tem sido avançado, precisa de ser debatido e repensado".
O objetivo da petição pública agora lançada é "permitir à sociedade civil que se junte a esta ação e manifeste o seu desagrado". O caso também está, porém, a ser contestado no plano jurídico, tendo o SOS Sado já apresentado duas providências cautelares.
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As dragagens deverão resultar no depósito de milhões de metros cúbicos de resíduos numa zona de pesca conhecida por Restinga. O ambientalista David Nascimento assegura que o projeto ameaça o ecossistema do estuário do Sado e as atividades socioeconómicas que dele dependem.
"Aquilo que tememos - e que está confirmado por praticamente todos os pareceres que envolveram o processo do estudo de impacto ambiental - é que trará consequência absolutamente devastadoras para toda a vida do estuário, todo o ecossistema, e para atividades como a pesca e o setor turístico", conclui.
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