Médicos queixam-se de ordenados baixos e bastonário pede regresso da dedicação exclusiva ao Serviço Nacional de Saúde com um prémio para quem só trabalha para o Estado.
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O Bastonário da Ordem dos Médicos defende uma revisão urgente das carreiras médicas e faz um apelo para que existam incentivos extra para garantir a exclusividade dos médicos no serviço público.
Esta é a reação de Miguel Guimarães ao estudo feito pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto em colaboração com a Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos, sublinhando que há cada vez mais médicos a irem só para o privado.
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O representante da classe profissional sublinha que a investigação mostra que o excesso de trabalho e de horas nos serviços é o principal problema dos médicos que os leva a ir de vez para o sector privado, para a reforma antecipada ou mesmo para o estrangeiro. Por outro lado, Miguel Guimarães defende que os médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ganham pouco.
O estudo também revela que 54% dos médicos da região Norte que trabalham no público acumulam funções no privado, mas o bastonário defende que isso não é uma contradição com o facto de se queixarem de trabalharem horas em excesso no Estado.
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Para Miguel Guimarães, tantos médicos a trabalhar no privado apenas mostra que aquilo que ganham no sector público são valores "baixos, bastando consultar as tabelas" para o provar.
A Ordem sublinha que no início deste mandato fez uma proposta ao governo de voltar a existir a opção de os médicos trabalharem apenas no SNS e mais horas, tendo uma remuneração acrescida a rondar os 40%.
A proposta foi recusada, mas Miguel Guimarães defende que seria a melhor forma de combater este fenómeno, sublinhando que os médicos com quem fala "não querem ter uma vida de correr entre o público e privado, com muitos colegas a dizerem que querem mas não podem trabalhar só no SNS".