Vários milhares de enfermeiros estão concentrados desde as 16h00 junto à Assembleia da República, num protesto ruidoso que se segue a uma manifestação por várias ruas de Lisboa.
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* Notícia atualizada às 17h00
A concentração dos enfermeiros começou cerca das 12h00 em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, onde se juntaram mais de três mil profissionais. Os sindicatos esperavam uma subida deste número à tarde, para cerca de cinco mil, já que outros colegas se iriam dirigir diretamente ao parlamento.
Durante o protesto junto ao Palácio de Belém, o sindicato foi recebido por um dos assessores do Presidente da República que, estando em Malta em visita oficial, não quis deixar de receber o pedido dos enfermeiro para que intervenha no processo que opõe a classe ao ministério da Saúde.
A manifestação dos enfermeiros obrigou ao corte da Avenida da Índia e Av. 24 de Julho, nos dois sentidos, havendo também restrições no trânsito na Calçada da Estrela e na Rua de S. Bento.
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"Basta!", "Sem medo!" e "Os enfermeiros estão em luta!" são algumas das palavras de ordem mais gritadas pelos manifestantes que enchem o largo e as ruas envolventes ao edifício do parlamento.
Vestidos com t-shirts pretas, muitos dos enfermeiros exibem flores brancas e balões negros e alguns cartazes com palavras de ordem onde se pode ler também "Respeito!" e "#Não sejas Adalberto!".
A greve, de cinco dias, que chega ao fim esta sexta-feira, foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros e pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem. De fora ficou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que, entretanto, marcou uma greve de três dias para o início de outubro.
A bastonário da Ordem dos Enfermeiros acredita que os sindicatos vão acabar por se entender tendo em conta que os objetivos são os mesmos. Ana Rita Cavaco, que esta tarde participa na manifestação dos enfermeiros anunciou que na próxima segunda-feira conta reunir à mesma mesa as duas frentes sindicais.
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A expectativa da bastonária parece encontrar acolhimento por parte do Sindicato dos Enfermeiros, que estão desde o início no protesto que arrancou na passada segunda-feira. O sindicalista Luís Mós diz que está pronto para falar com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
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Também o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem está disposto a participar nesse encontro, mas o dirigente Fernando Correia lembra que esta não é a primeira vez que se tenta unir a classe.
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Durante os quatro primeiros dias de paralisação, a adesão dos profissionais rondou valores entre os 80% e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou a protesto em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.
Várias cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas foram canceladas.
Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.