Carlos Pimenta, antigo secretário de Estado do Ambiente, diz que nada é fácil no combate às alterações climáticas, mas acredita que pelos perigos que representam, os objetivos serão cumpridos.
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Carlos Pimenta está mesmo convencido que o Acordo de Paris, subscrito esta sexta-feira por 150 países, vai ser respeitado.
A dimensão da ameaça não deixa grandes alternativas. "Quando pensámos que mais de um terço da humanidade vive em zonas que vão ser inundadas pelo mar, já não se pode negar que a mudança climática é real".
O antigo Secretário de Estado do Ambiente e um dos negociadores do Protocolo de Quioto diz que os efeitos das alterações climáticas já podem ser observados por quase todo o planeta. E não será preciso esperar muito para que as metas definidas em Paris tenham de ser substituídas por outras, mais ambiciosas."Estas são apenas metas transitórias para permitir o início da verdadeira transformação que terá de ser assumida na próxima Conferência, depois de Paris".
No caso de Portugal, Carlos Pimenta defende que o combate às alterações climáticas pode ser dividido em duas frentes: "há coisas que são mais fáceis de obter, como as energias renováveis, a eletricidade nos carros. Mais difícil é pegar no urbanismo, na gestão das cidades, no circuito dos alimentos e no circuito dos resíduos e termos. Temos de ter essa preocupação em tudo."
Carlos Pimenta entende que a humanidade precisa de transformar de uma forma radical os seus hábitos e consumos. Acredita que o Acordo de Paris será respeitado mas acrescenta também que não há nesta área objetivos fáceis.