Os dados foram esta sexta-feira divulgados durante a apresentação do relatório sobre as hepatites virais em 2016 e início de 2017.
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O tratamento com os novos fármacos para a hepatite C evitou, no primeiro ano de aplicação, 3477 mortes prematuras e 339 transplantes hepáticos, poupando ao Estado 271,4 milhões de euros com tratamentos das consequências da evolução da doença.
Segundo Isabel Aldir, diretora do Programa Nacional para as Hepatites Virais, estes números revelam "o sucesso da estratégia" contra a hepatite C adotada por Portugal, que já negociou um novo acordo que permite a administração destes novos fármacos aos portadores da doença.
De acordo com esta responsável, foram já iniciados 11792 tratamentos. Dos 6880 doentes que já concluíram tratamento, 6639 estão curados, o que representa uma taxa de sucesso superior a 96%.
Isabel Aldir sublinhou que os tratamentos permitiram ganhos de 62869 anos de vida, somando o tempo de vida ganho por cada pessoa doente.
Estes tratamentos evitaram ainda 339 transplantes hepáticos, 1951 carcinomas hepatocelulares e 5.417 casos de cirrose.
Isabel Aldir alertou para a necessidade destes doentes receberem o tratamento mais atempadamente, tendo em conta que 30% dos doentes que o iniciaram já apresentavam cirrose e 18% pré-cirrose.
No Dia Mundial das Hepatites, os dados revelados esta sexta-feira indicam que, em Portugal se estima que 0,4 a 1% da população seja portadora de hepatite B. Quanto à hepatite C, mais de 17 mil pessoas estão assinaladas como vivendo com a infeção crónica.
No que respeita à hepatite A, o relatório dá conta de 378 casos de janeiro até 30 de junho. A Direção-geral de Saúde divulgou na quinta-feira novos dados que apontam para 402 casos confirmados da infeção.