O chefe do Estado-Maior do Exército diz que só quando o material recuperado for devolvido poderá ser inventariado. Rovisco Duarte fala em 4,3 milhões investidos em segurança.
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O general Rovisco Duarte diz que se apoia apenas no comunicado da Polícia Militar sobre o material militar recuperado depois do furto na base de Tancos, onde se refere apenas "o" material.
"Nunca disse, nem podia dizer que o material tinha sido todo recuperado", disse o responsável máximo pelo Exército, ouvido esta tarde, no Parlamento.
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"Só quando o material for entregue ao Exercito (agora está apenas sob guarda), só nessa altura podem ser feitas peritagens para verificar se o material está todo", clarificou Rovisco Duarte.
"A referência que foi feita à falta de munições de pistola de calibre de nove milímetros decorreu do facto de já ter sido noticiada por alguns órgãos de comunicação social. A referência à caixa (de material explosivo) a mais foi necessária porque já estavam em curso averiguações internas, visando apuramento de responsabilidades, uma vez que a cadeia de comando me informou da existência desta caixa", disse ainda o general Rovisco Duarte.
O CEME sublinhou que se lhe fosse permitido dizer algo mais, "seguramente o teria feito".
4,3 milhões de euros investidos em segurança
Na audição que decorre, esta tarde, na Assembleia da República, o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) estimou que já foram investidos cerca de 4,3 milhões de euros em segurança após o desaparecimento de armas e explosivos nos paióis de Tancos, há um ano.
"Tenho uma relação dos investimentos realizados e devo dizer que ascendem, neste momento, em cerca de 4,3 milhões de euros, Santa Margarida e outras unidades, melhorias na captação de imagens, melhorias nas arrecadações de material de guerra", disse o general Rovisco Duarte.
Outras medidas referidas pelo responsável pelo Exército foram o "esvaziamento dos paióis nacionais de Tancos, investimentos em Santa Margarida e numa série de unidades, estabelecimentos e órgãos por todo o país, a par da revisão de normativos e implementação de procedimentos relacionados com segurança".
O CEME garante que o Exército foi "proativo" e "fez as averiguações que lhe competiam, implementou as medidas que se exigiam, respondeu perante a tutela e prestou a colaboração solicitada às instituições competentes e às quais devia respostas".
A audição parlamentar do CDS-PP depois de uma notícia do jornal semanário Expresso que dava conta de que além das munições de 9 milímetros, haveria mais material em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva, e cargas lineares de corte. O material em falta, segundo a mesma exposição do Ministério Público, seria "um perigo para a segurança interna".
No entanto, o general Rovisco Duarte garante não ter informações sobre "risco acrescido" para a segurança nacional, em linha com o que disse, de manhã, a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).
Graça Mira Gomes garantiu que o caso do furto de armamento dos paióis de Tancos, há um ano, não fez alterar o nível de ameaça em Portugal, mantendo-se moderado.