
Laurent Fabius, ministro dos Negócios Estrangeiros francês
Oliver Berg/EPA
Começa este domingo, em Paris, um encontro de 60 ministros do ambiente. Um encontro preparatório da Cimeira do Clima que se realiza no final do mês na capital francesa.
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Os negociadores dizem que este vai ser "o ensaio geral" para desbloquear entraves negociais que são impossíveis de remediar em duas semanas de conferência das alterações climáticas. Os próximos três dias vão servir para "balizar" as contradições e incongruências do texto que está em cima da mesa, são 55 páginas onde se prevê a revisão do protocolo de Quioto.
É que o ministro francês dos Negócios Estrangeiros não quer repetir o fracasso das outras conferências do clima, como o que aconteceu em Copenhaga. Laurent Fabius optou por uma metodologia diferente.
"Perguntei a todos os meus antecessores não o que deveria fazer para ter sucesso mas aquilo que não deveria fazer e todos disseram o mesmo, 'não convidem os chefes de estado para o final porque assim os ministros não trabalham antes que os patrões cheguem e depois não chegam a resultados em dois dias e os problemas complicam-se', foi isso que se passou em Copenhaga e portanto, com François Hollande decidimos convidar os líderes para o inicio e assim no primeiro dia vamos ter 100 primeiro-ministros que vão usar da palavra".
Laurent Fabius fez estas declarações numa entrevista à radio francesa Europe 1. O ministro dos Negócios Estrangeiros francês fala em três razões para o sucesso desta cimeira do clima.
"A primeira é que o fenómeno se agravou e também a tomada de consciência; a segunda é que os cientistas fizeram um trabalho magnifico e o debate para definir a existência do fenómeno está encerrado e em terceiro lugar os Estados Unidos e a China mostraram que querem fazer a sua parte".
Precisamente da China, onde esteve o presidente francês na semana passada e o chefe da diplomacia, Laurent Fabius diz que trouxe de Pequim um verdadeiro compromisso para que a China se envolva nestas negociações de Paris: "O envolvimento é real. A China, que é o maior poluente de gases de efeito de estufa, também é afetada. O seu desenvolvimento será fortemente afectado se a China não reagisse... por isso ela é obrigada a reagir".
A China coloca, no entanto, uma condição para aceitar o aumento limite da temperatura em 2 graus até ao fim do século: Pequim quer uma revisão do tratado de cinco em cinco anos.