A central nuclear espanhola de Almaraz é a mais velha em funcionamento. Ultrapassou o prazo de vida em 2010. Do lado de Espanha, preocupam-se. Do lado de Portugal, quase nada.
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Depois de ter ultrapassado o prazo de vida, deram-lhe mais dez anos. O prolongamento é de novo pedido pelas empresas e proprietários.
Em Espanha, muitos dos que vivem perto de Almaraz querem que a central encerre. Os movimentos ecologistas exigem o encerramento. Há cidadãos que se manifestam, falam de perigo iminente.
Mas grande parte encara como um mal necessário. Os dois reatores nucleares de Almaraz dão emprego a duas mil pessoas.
Do lado português, a menos de 100 quilómetros, a rotina nunca se altera no Rosmaninhal. E raramente é assunto de conversa nesta aldeia grande junto ao Parque Natural do Tejo Internacional. A central nunca lhes mudou as rotinas nem o temperamento.
João António pesca na barragem de Alcântara onde a central despeja a água depois de arrefecer os reatores.
Domingos Pina está informado do perigo mas encolhe os ombros de impotência. Margarida trocou a praia pelo sobrado de azinho e pela aldeia do Rosmaninhal. Só depois soube que estava perto de uma central nuclear obsoleta.
Contactado pela TSF, o Ministério do Ambiente esclareceu que as primeiras perguntas devem ser endereçadas ao Governo Espanhol. A mesma fonte acrescentou que o Governo de Espanha já respondeu à carta enviada pelo ministro João Pedro Matos Fernandes.
Neste momento, os gabinetes de ambos os países estão a coordenar agendas para a realização da reunião, solicitada por parte de Portugal.