Em entrevista à TSF, cientista-chefe do centro europeu de controlo de doenças diz que Portugal está numa situação semelhante a outros países, mas deixa alguns alertas.
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O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) diz que o atual surto de sarampo em Portugal é parecido àquele que existe, há alguns meses, noutros países europeus. E na Roménia, Itália e Reino Unido registaram-se muito mais casos.
Entrevistado pela TSF, Mike Catchpole, cientista-chefe do centro que acompanha e dá orientações para travar a evolução das doenças nos países europeus, sublinha que muitos dos casos registados na Europa nos 10 países que desde o início do ano têm tido um aumento de doentes afetam pessoas adultas jovens, o que será sinal dos receios que começaram a surgir na década de 1990 em relação à vacina.
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Uma vacina que, segundo o ECDC, é totalmente segura, eficaz e que é mesmo a medida fundamental para travar a evolução da doença.
"O mais importante é garantir que toda a população está imunizada com a vacina e em Portugal vemos que foram atingidos bons níveis de imunização", mas o especialista sublinha que apesar de vermos esses bons números em muitos países também existem "pequenos grupos" que não estão vacinados, o que leva a que "a doença se espalhe rapidamente".
Mike Catchpole explica, aliás, que "o sarampo é a doença mais infecciosa que conhecemos entre os humanos. A partir do momento em que uma pessoa tem a doença, espalha-se mais facilmente para as pessoas que não estão imunizadas do que qualquer outra doença infecciosa que conhecemos".
A situação preocupa o ECDC porque, apesar de em muitos casos o sarampo ser tratável sem grandes complicações, noutros traz sequelas graves de longo prazo aos doentes ou mesmo a morte.