Os smartphones têm aplicações que aumentam as oportunidades para sexo casual. São estas aplicações que estão na origem de um pico de infeções por VIH entre adolescentes asiáticos, conclui um estudo para as Nações Unidas.
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As informações são avançadas pelo jornal britânico The Guardian. Segundo este diário, a investigação das Nações Unidas conclui que, entre os jovens homossexuais, a utilização de apps ligadas aos encontros é um fator importante para o aparecimento de uma nova epidemia de VIH entre os adolescentes asiáticos.
No ocidente este tipo de aplicações tem vindo a mudar a vida sexual de muita gente e são cada vez mais populares. Apps como o Tinder ou o Grindr são simples de usar e estão limitadas geograficamente, ou seja, é fácil encontrar pessoas disponíveis para um relacionamento na cidade onde se vive.
O relatório da ONU sublinha que as redes de contactos criadas em volta das aplicações estão ligadas a um surto de infeções principalmente em jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos.
"Os jovens homossexuais têm-nos dito de forma consistente que estão a usar aplicações móveis de encontros para terem sexo e o resultado é que estão a ter sexo casual com mais pessoas. Sabemos que este comportamento arriscado aumenta a dispersão do VIH", explicou Wing-Sie Cheng, conselheiro para VIH/SIDA da UNICEF no Pacífico e Leste Asiático.
O estudo foi levado a cabo durante dois anos e uma das conclusões é que as aplicações de engates aumentaram bastante as opções disponíveis para sexo casual.
A epidemia cresce mais rapidamente entre homens que têm relações sexuais com outros homens, comportamentos que são penalizados em muitos países asiáticos e que por isso obrigam os homossexuais a procurar sexo desta forma mais escondida.
Wing-Sie Cheng diz ainda que "estamos convencidos que há uma ligação [entra a utilização das apps e o surto de VIH] e precisamos de trabalhar melhor com quem desenvolve estas aplicações para que eles alertem e distribuam informações acerca da SIDA e de comportamentos responsáveis".
O The Guardian sublinha que esta epidemia, que até este relatório surgir ainda não tinha sido assinalada, ameaça o objetivo da ONU de acabar com a crise global da SIDA até 2030.